
O livro de fotografias As vidas planeadas que poderíamos ter tido remete para um imaginário nascido das ruínas do sonho. Constitui uma espécie de mergulho matérico no subterrâneo adormecido das realizações e das frustrações geradas por uma modernidade cujas promessas de elevação do indivíduo no plano social ficaram por cumprir. A mesma modernidade que empanturra e atola o cidadão no excesso de objectos e distracções da sociedade de consumo, prendendo-o no conceito redutor de mero produtor e consumidor de bens e serviços. E tudo se degrada num mundo transitório.
Como refere o Professor Doutor António Vargas, Director do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (Brasil), «numa exposição destas fotografias Sartre com certeza se sentiria incomodado e sairia para um café, enquanto Foucault pegaria no seu caderno de anotações e escreveria um apêndice para Vigiar e Punir.»
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